Reencontro
Era sábado à noite quando reencontrei com ele. Não sei bem quais caminhos me levaram até ali, poderia aqui citar diversos, mas o portal foi um acorde musical que sempre me deixa próxima dele, independente de como esteja meu estado de espírito.
Não era exatamente aquele vazio de sempre, pareciam ser somente suas bordas. Eram bordas que eu não via há muitos meses e quase tinha esquecido como era encará-las. Olhei-as de longe e, por alguns minutos, me senti exatamente como sempre me sinto todas as vezes que mergulho no meu vazio.
Não queria mergulhar nele. Eu estou bem. Não estou? O que ele está fazendo aqui, então? Eu não estou bem?
Desculpa, sério, mas eu preciso estudar. E você não falou que não voltaria se eu fosse amada, morasse perto do mar e passasse naquele processo seletivo?
Evitar não foi possível, então me joguei no meu vazio de sempre. Celular sem rede, música triste, meu apartamento com o mínimo de luz possível e eu aqui, em frente a uma tela tentando aprender a ler as bordas do meu vazio de novo para, quem sabe, poder sair dele, de novo.
